sábado, dezembro 30, 2006

2006- Retrospectiva de Um Ano Feliz

Ao que tudo indica, este ano cá não volto mais,
Parto para a passagem, na minha mente apenas coisas triviais,
O natal já passou, trouxe agradáveis surpresas,
Uma maratona de leitura, uma grande empresa,
Passear o corpo, descansar a mente,
Momentos de proximidade, com a minha gente,
Fazendo o balanço de mais um ano,
Diria que foi algo de bom, ou eu muito me engano,
Adorei cada momento, o beijar a indepencência,
O cheiro da liberdade em cada nova experiência,
Do Inverno ao Verão, o aproveitar o máximo de cada estação,
Viagens divertidas, para o ano mais virão,
Mais maduro, já tou como o vinho,
O menino torna-se homem,
Reflexo dos tempos passados sozinho,
O apaixonado torna-se pragmático,
Com os erros tornou-se sábio,
Tornando casual, o que já era sistemático,
Mantendo apenas dois pilares, que já se tornaram essenciais,
A minha auditiva amante e o meu irmão adoptivo, quem mais?
Desabafando, escutando, pensando,
Rindo, sentindo, sorrindo,
Agradecendo, entendendo, reconhecendo,
Vocês são importantes, o resto é conversa,
Vocês apoiraram-me, na situação mais adversa,
E por isso o ano tornou-se mais rico, e mais feliz e fiquei,
Adeus 2006, que 2007 venha, eu cá já me preparei.

Até P'ró ano. Boas entradas

domingo, dezembro 24, 2006

Viajando

Es tou aqui a congelar, alguém me socorra!
Não aguento mais! Está frio porra!
O meu local ideal é bem longe daqui,
Mentalmente é lá que estou. Mente lá, corpo aqui.
Um clima tropical, sol de verão,
Deitado na praia, curtir até mais não,
O ondular suave, maresia e mais tudo o que é suposto,
Acariciado, bem acompanhado por uma beleza sem rosto.
Consoante o meu sono, é a sua identidade,
Às vezes tu, outras ela, outras apenas não é verdade,
Acompanhado por uma beleza sem rosto, quem é? Mistério profundo.
Também não quero saber de mais nada, tenho todo o tempo do mundo.
Uma brisa gelada que me entra pijama adentro,
Provoca um mal estar, um turpor, o despertar lento...
A rapariga foi-se embora, a praia foi atrás,
Sobrou a cama, o frio e um friorento rapaz,
Farto deste clima, o frio já me enerva,
Fico muito chateado e mando tudo e todos à merda,
Rapidamente retorno ao meu porto perfeito,
Donde não deveria ter saído, meu oásis eleito,
E ali fico acompanhado por uma beleza cujo rosto é um mistério profundo,
Nada me preocupa, tenho todo o tempo do mundo.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Sendo Humano

Não me considero um ser humano,
Antes digo que o vou sendo,
Ou eu muito me engano,
Ou não sou o único que assim o entendo,
Todos temos os nossos momentos irracionais,
Ataques de loucura, de fúria animal,
Alturas de veracidade, honestidade, nada mais,
Estamos a ser nós próprios, e não vejo aí nenhum mal,
O nosso lado falso, dito racional,
Disfarça o outro lado, aprisionando-o numa prisão de civilização,
Contendo os impulsos, renegando sua criação,
Hipocrisia social, a.k.a boa educação,
Mas mesmo esta performance, é efémora, temporal,
Mesmo que aguente uma vida, esgota-se na separação corporal,
Pois disse o sábio que a vida é de todas as coisas a mais mortal,
E após a morte, cai essa máscara racional,
Todos vamos morrendo, cada um à sua velocidade,
Ao cruzar a linha de meta, ciao ciao humanidade,
Já não somos um ser humano, não vamos sendo, já o fomos,
Agora um cadáver, nada mais que isso, é o que calha a todos,
É por isso que digo desde que nascemos até aí,
Que não somos seres, vamos sendo,
Pois tão depressa ali sorri,
Como ali estou morrendo...

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Memento Homo

Memento Homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris,
Minisculo est tempus qui habes, minusculo est tempus qui viveris,
Uva matura acerba no est,
Homo maturo quo est?
Humanitas unum omnia vincit,
Humanitas unum omnia acerbat.
Vitae nostra magnae est,
Laetitia et libertas omnia sunt,
Veritas aurea est,
Sapientia ab coelum natus esset,
Domino omnia hoc Homo dit,
Ambulo, volito, nato,
Qui vos sciro pulchra est, ipse sapo
Omnia facio, omnia creo
Minusculo domino sum
Quare?
Quare rex vocabulum Domino me feci.


Escrito depois de muita presistência e sem ter uma base mínima de latim...com certeza que tem erros...se alguém os souber identificar...não se acanhe...diga-me...vivendo e aprendendo. quem quiser a tradução...que me pergunte.

Odivelas, 8 de Dezembro de 2006

Maldição (ou a História de uma Herança)

Cada vez mais me convenço,
De que isto é uma maldição familiar,
Isto ocorre-me cada vez que penso,
Sobre este meu dom e aonde o fui buscar.

É algo muito meu,
E que naturalmente me sai,
Uma benção que deus me deu,
E que herdei de meu pai.

Do mesmo modo que ele herdou,
De meu avô, seu progenitor,
E assim a tradição continuou,
Pelo menos quatro gerações, o mesmo Amor.

E quem sabe se lá para trás,
Não houve quem assim, também amasse,
Meu avô disse-me que é capaz,
Teria mais certezas se se lembrasse.

Uma família gloriosa, das mais antigas de Portugal,
Mais do que um brasão, uma tradição,
O libertar de todo o mal,
Expontâneamente passado, de geração em geração.

E de repente sinto-me mais próximo, de tais ilustres fantasmas,
Parte da história deste pequeno recanto,
Sábios inteligentes, homens de armas,
Mencionados pelo poeta, na epopeia, em um dos cantos.

Raízes na verde esmeralda,
Parentes no longínquo oriente,
Duas origens, unidas pelo veu e a grinalda,
E assim nasceu a minha gente.

De Sampayo e Mello,
Com muito orgulho, muito prazer,
Mais tarde surgiu outro elo,
Que veio ainda mais engrandecer,
E assim surgiu o Esteves, que à família passou a pertencer.


Post Scriptum:
Não só os antigos marcaram um lugar na História,
Também alguns contemporâneos, estão na memória,
Mártir de uma guerra, vítima da sua crença,
Sonhador acordado, a verdade, sua doença,
Ela que lhe foi fatal, mais do que qualquer outra coisa,
Penso que não foi em vão, pois há sempre alguem que oiça,
Alguém disse que a morte não te matou,
Perdão, mas isto tenho que plagiar,
Um grande Homem morreu, um Anjo ao céu chegou,
E aí onde é teu lugar, onde te espero encontrar,
Mas enquanto isso não acontece, aqui em baixo há que trabalhar,
Porque antes de partir, a minha marca também quero deixar.


Odivelas, 8 de Dezembro de 2006.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Reflexões

Quando chegar o amanhã onde estarei eu?

Será que ele vai chegar,

Ou tal como o meu amor, por ti, morreu?


Se ele tiver preguiça, e não aparecer,

O que se irá passar?

Como nos voltaremos a ver?


Será que isto se tornará um adeus?

Pois sem o amanhã, não chegarei ao depois,

Já estarei lá em baixo com o demo, ou lá em cima com Deus.


Já terei retornado ao berço,

Envolto numa nuvem de relaxamento,

E repouso, que me atinge quando adormeço,


Será que cumprirei o que almejo?

Quando o amanhã não vier,

Será que já provei teu beijo?


Já te terei percebido?

Esquecido?

Ao menos entendido?


Quando esse dia se realizar,

Em que parte do caminho me apanhará?

Será que alguém chorará? Ou pelo menos se irá alegrar?


Livrarei alguém de um fardo?

Aliviarei mentes preocupadas,

Como quem se livra de algo pesado?


E se cá não estiver,

E o amanhã não chegar,

O que é que isso quererá dizer?


Será que parti,

Sem olhar para trás,

E por uma última vez sorri?


Abraçarei a vida?

Enganarei a morte?

Será esta uma despedida?


Um adeus, um boa noite, um até já,

Sayonara, au revoir,

Quem o saberá?


Sera que j’irai vivre tout jour comment le dernier?

Ce le demain ne venir pas,

Qu’est-ce que je voudrais demander ?


As a last wish, from a dying man,

Would you bee available to answer,

Or would you just tell me that you can’t?


Tantas questões, quase todas sem resposta,

Mera retórica,

Que apenas necessita de ser exposta.


Avaliada por alguém com paciência,

E verdadeiramente interessado,

Vontade, compreensão, persistência.


Se o amanhã não vier, como será o que vem a seguir?

Nova era, novos tempos,

Conseguirás sorrir?


Se o amanhã não vier…