Ninguém disse, ninguém falou, fui eu que vi!
O Espanto chegou, trazia a Surpresa,
A Comédia colou-se a eles, sentaram-se todos à mesa.
Ninguém disse, ninguém falou, fui eu que vi!
Armaram uma conspiração, chamaram a Tramóia,
Quando vi a Inspiração fiquei espantado ao vê-la ao pé da Escória.
Ninguém disse, ninguém falou, fui eu que vi!
O Ciúme chegou, disse que queria juntar-se à Confusão,
Esta relutante lá aceitou, tudo graças à Persuasão.
Ninguém mo disse, ninguém mo contou, fui eu que vi!
A Intriga chegou e alertou-os sobre a Traição, escondida pela Astúcia,
Capaz de maquilhar até o malvado Sadismo na forma de um ursinho de Pelúcia.
Ninguém mo disse, ninguém mo contou, fui eu que vi!
Em breve surgiu um Plano, vigiado pelo atento Método,
Tudo bem ensaiado, em breve a vítima iria conhecer o Descrédito.
Ninguém mo disse, ninguém mo contou, fui eu que vi!
Deixaram o Improviso de fora, pois este andava sempre com o Descontrolo,
Podiam arriscar o Plano, e este bem o sabia, pois não era nada tolo.
Ouvi dizer, ouvi falar, penso que por aí,
Que o Plano nunca conheceu a Acção,
Algo deu po Torto algo que nunca deveria ter chegado à sua Compreensão.
Ouvi dizer, ouvi falar, penso que por aí,
Que a Discórdia surgiu por entre eles, e tudo foi abaixo,
Trouxe consigo a Zanga, foi a gota de água. Pelo menos é o que eu acho!
Ouvi dizer, ouvi falar, penso que por aí,
Que surgiram os Boatos, que muito revelaram. Como o sei?
Ninguém mo disse, ninguém mo contou, fui eu que vi!