quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Mô Auré (25.11.07)

choros e gritos
tristeza e alegria
clássicos escritos
ignorância e sabedoria

voa, voa, voa livremente
sonha, sonho, sonhamos constantemente

influenciado que nem uma esponja,
aproveito o momento
introspectivo, pensativo,
eloquente

ele está em crise, peut etre
que ao minimo deslize,
ele não consiga o que persegue.

mera hipótese, que espero que esteja errada,
espero que não o veja em contramão,
nesta nossa longa estrada.

que o veja bem da vida, e o encontre saudável e roliço
ao longo deste grande caminho
numa qualquer estação de serviço.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Ad Eternum

O segredo da felicidade,
não está em fazer as coisas durar por toda a eternidade.
Não está em criar essa ilusão,
visto que tudo acaba por ser em vão.
Consiste em sobreviver à saudade,
construir a esperança, ao avançar da idade.
cultivar o sentimento, a cada segundo,
partilhar o sentimento com o resto do mundo.
gritar, expressá-lo num grito mudo,
torná-lo intemporal, o vazio vira tudo
nada mais seja verdade,
ocupar todo o espaço da minha realidade,
multiplicar por dois a metade
e aí sim capturar a eternidade
no instante em que dura o sonho
e através do horizonte, vislumbrar um futuro risonho.
é ali que quero estar, ali hei-de um dia chegar,
concreta ou abstractamente, eu e tu seremos um
e cada instante, Ad Eternum.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Ambulare

Avancemos pois
para trás depois
de meditar, pensei
no que disse, chorei
lágrimas de letras escorridas,
cheias de palavras arrependidas.
Um Talvez se alevanta,
uma certeza que me espanta,
fui eu? Não posso!
Problema não é só meu, é nosso!
Surdo, pequeno, só que sei que crescerás,
e mesmo que te esqueça, me recrodarás;
bom filho pródigo, à casa tornarás
crescido, saudável e de muitos feitos capaz
e depois de feito o feito, não és tu quem sofrerá,
portanto evitemo-lo, avancemos pois, para trás.

sábado, fevereiro 02, 2008

deixa-te levar pela escrita

sinto-me alguem
sinto-me algo
este alguem faz.me bem
este alguem sou eu, o nao parvo!

PROPS!

wilmer carvalho!

Etiquetas:

O meu lugar ideal

No meu lugar ideal
o Sol brilha sempre que quero,
tudo o que existe é especial,
todos os sons, bonitos e sinceros.

No meu lugar ideal
o ar tem um doce perfume,
a pureza existe de um modo tal
que não há lugar por ódio e ciúme.

No meu lugar ideal
todas as formas são simples e belas,
e mesmo a perfeição, por sinal,
é banal como nas melhores telas.

Tranquilo, relaxante e invejável.
Único, puro, adorável.

É o Éden de onde escrevo
Sublimes versos, por entre os trevos;

A minha Meca, onde tudo é segredo.

Tempo que aqui voa, só paz, ninguém sofre,
Além me exilo, me condeno ao degredo
Lá onde eu quiser, protecção, o meu cofre.

Em Português (história de um soneto)

Não estou bem, é um facto;
quem me veja, verá que sim,
não é preciso "savoir faire", muito tacto
para se aperceber que não estou em mim.

Concentração? Desconheçom sinto uma dor muda,
um esgar ou outro, pouco mais,
tiram-me desta agonia surda,
parto, digo, para onde vais?

Pergunta o meu corpo à minh'alma,
um torpor doce, suave calmia,
agita-me o encéfalo ao mínimo movimento;

Minha figura outrora alegre, jaz calma
ditando-me de longe esta poesia,
enquanto o tic tac demora, e pouco passa o tempo.