sábado, dezembro 08, 2007

01.07

Há o belo de um ditado que diz:

"O Tempo perguntou ao Tempo,
quanto tempo, o Tempo tem?
O Tempo respondeu ao Tempo
dizendo que o Tempo tem quanto tempo o Tempo tem."


E tu que por aqui passas, quanto tempo tens?
De sobra, a mais?
A menos que sejas imortal, nenhum tempo é demais!

E se responderes que tens, sei lá, meia hora, 15, 20 minutos,
Perguntarte-ei, onde é que os guardas?

Considero o relógio como um indicador do depósito de combustível,
não me enxe o tanque, também não o esvazia,
Apenas me vai demonstrando que minha gasolina está acabando,
enquanto passa o dia.

Mas responde-me lá à pergunta que fiz mais acima,
Pois eu não consigo manter o tempo, tornar-me seu dono e senhor,
ele foge-me que nem areia por entre um coador.

Traz coisas boas, e coisas más,
É um apagador de memória eficaz,
De menino, tornou-me rapaz
e a sua passagem é tão fugaz!

diz-me lá se eu não tenho razão,
em seguir este pensamento
enquanto estiveste a ler isto
não perdeste tempo (nunca o tiveste), perdeste um momento.

Ao ler isto em voz alta, demorei 01.07 min,
perdi (ou ganhei?) um curto instante,
enquanto o belo do tempo continuou a sua marcha galopante...