domingo, novembro 25, 2007

A Coisa

A coisa quando entra,
é difícil sair
o motor quando esquenta
acelera até partir.

acelera, não cede.
acelera novamente.

acelera constante e invariavelmente.
rumo ao Infinito, não cede.

aquece, sobreaquece, arrefece
mas não cede.

passa por ti, lancei-te um sorriso
que embateu no meu capôt,
fez ricochete, já chegou aonde eu vou.

e o motor não cede.

o tempo, a gente mede
a gente mata, a gente ocupa,
mas não o entende.
Enquanto isso acelera o motor,
acelera e não cede.

dizem que o limite, quando aproximado do zero,
tende para o infinito, e também o inverso.
binómio de newton, bonito? disse-o um louco,
bonito é este motor que não cede nem um pouco!

avança feito doido, segundo a segundo
passado para o futuro,
o presente mal se sente.

já vejo o meu destino, e sinto um conforto muito meu,
sinto que tudo pára!
Entretanto, o motor cedeu.