Dissertações- Parte II
Será que “os olhos são o espelho da alma?” ou “ as aparências iludem”?
O primeiro ditado diz que se pode perceber o pensamento de alguém, o que lhe vai no coração, apenas por olhar para os seus olhos. O segundo ditado diz que nem tudo o que parece é; e que não nos devemos fiar pela primeira impressão que temos das coisas.
Dos dois ditados, concordo mais com o segundo; creio que não nos podemos precipitar, julgando as coisas pela aparência, mas antes procurar pacientemente pela sua verdadeira essência, pelo que realmente são.
Um exemplo dessa precipitação é a Traição, o sermos enganados por alguém que julgávamos conhecer. É acerca desse exemplo que vou falar.
São inúmeros os casos de Traição que encontramos na nossa História, mas para defender a minha tese recorri à ficção e à figura de autoridade que é Padre António Vieira.
No seu “Sermão de Santo António aos peixes”, entre outras coisas, Pe António Vieira critica a Traição personificada na figura do “Polvo”; segundo ele, o “Polvo”, que parece ser tão brando e manso, que com os seus raios lembra uma estrela e que com o seu capelo lembra um monge, aparenta ser algo que não é. As qualidades anteriormente apresentadas também são atribuídas a Sto António por Pe António Vieira, mas, no “Polvo”, apenas servem para demonstrar quão grande é o nível de Traição e hipocrisia do mesmo; tão grande, que nos levam a crer que possuem qualidades comparáveis a Sto António, quando, na realidade, só servem para dissimular a sua verdadeira natureza.
Repito que, quem diz isto é Padre António Vieira, não eu, apoiando-se em mais duas figuras de autoridade (S. Basílio e S. Ambrósio), que dão mais credibilidade À personificação da traição que é o “Polvo”.
Para que se perceba o seu grau de Traição, o “Polvo” é comparado a Judas; enquanto este “só” abraçou Jesus, o “Polvo” “abraça” e prende as vítimas; enquanto Judas preparou a Traição às escuras mas executou-a às claras, o “Polvo” prepara as armadilhas e executa-as às escuras, camuflando-se com o meio que o rodeia, constituindo esta a primeira de todas as Traições, “feita à luz” de modo a não ser visto.
É surpreendente que numa criatura aparentemente tão calma e pacífica se possam encontrar tão más características; mas Pe António Vieira fê-lo, e é baseando-me nele que defendo esta minha tese de que as aparências iludem, recorrendo a este propósito do “Polvo” que parece compartilhar qualidades com alguém como Sto António, quando, na realidade, é mais vil e traiçoeiro que o próprio Judas.
Aproveito para por aqui outra dissertação que captou a minha atenção.
"A traição é qual semente germinada num coração interesseiro que só ouve o seu próprio pulsar. Cresce e dá frutos solitários que só ao ego alimentam. Será assim tão pouco sonoro o pulsar alheio? Ou somos nós quem escolhe ouvir pouco?"
Rafaela Mello aluna do 11º I da Escola Secundária de Camões
O primeiro ditado diz que se pode perceber o pensamento de alguém, o que lhe vai no coração, apenas por olhar para os seus olhos. O segundo ditado diz que nem tudo o que parece é; e que não nos devemos fiar pela primeira impressão que temos das coisas.
Dos dois ditados, concordo mais com o segundo; creio que não nos podemos precipitar, julgando as coisas pela aparência, mas antes procurar pacientemente pela sua verdadeira essência, pelo que realmente são.
Um exemplo dessa precipitação é a Traição, o sermos enganados por alguém que julgávamos conhecer. É acerca desse exemplo que vou falar.
São inúmeros os casos de Traição que encontramos na nossa História, mas para defender a minha tese recorri à ficção e à figura de autoridade que é Padre António Vieira.
No seu “Sermão de Santo António aos peixes”, entre outras coisas, Pe António Vieira critica a Traição personificada na figura do “Polvo”; segundo ele, o “Polvo”, que parece ser tão brando e manso, que com os seus raios lembra uma estrela e que com o seu capelo lembra um monge, aparenta ser algo que não é. As qualidades anteriormente apresentadas também são atribuídas a Sto António por Pe António Vieira, mas, no “Polvo”, apenas servem para demonstrar quão grande é o nível de Traição e hipocrisia do mesmo; tão grande, que nos levam a crer que possuem qualidades comparáveis a Sto António, quando, na realidade, só servem para dissimular a sua verdadeira natureza.
Repito que, quem diz isto é Padre António Vieira, não eu, apoiando-se em mais duas figuras de autoridade (S. Basílio e S. Ambrósio), que dão mais credibilidade À personificação da traição que é o “Polvo”.
Para que se perceba o seu grau de Traição, o “Polvo” é comparado a Judas; enquanto este “só” abraçou Jesus, o “Polvo” “abraça” e prende as vítimas; enquanto Judas preparou a Traição às escuras mas executou-a às claras, o “Polvo” prepara as armadilhas e executa-as às escuras, camuflando-se com o meio que o rodeia, constituindo esta a primeira de todas as Traições, “feita à luz” de modo a não ser visto.
É surpreendente que numa criatura aparentemente tão calma e pacífica se possam encontrar tão más características; mas Pe António Vieira fê-lo, e é baseando-me nele que defendo esta minha tese de que as aparências iludem, recorrendo a este propósito do “Polvo” que parece compartilhar qualidades com alguém como Sto António, quando, na realidade, é mais vil e traiçoeiro que o próprio Judas.
Aproveito para por aqui outra dissertação que captou a minha atenção.
"A traição é qual semente germinada num coração interesseiro que só ouve o seu próprio pulsar. Cresce e dá frutos solitários que só ao ego alimentam. Será assim tão pouco sonoro o pulsar alheio? Ou somos nós quem escolhe ouvir pouco?"
Rafaela Mello aluna do 11º I da Escola Secundária de Camões
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