sexta-feira, setembro 11, 2009

11

O que preciso dizer?

um avião, uma torre.
outro avião, outra torre.
um e um? onze.

gota a gota,
se "tempestua" a bonança,
corpo a corpo,
chove pânico na cidade.

o Homem do pó veio,
ao pó tornará,
o pó invadiu a cidade,
tão cedo não partirá.

uns atropelam-se para sair,
outros abençoam-se para entrar,
o que era inabalável, abana,
em breve ruirá.

a Morte é sinistra,
ainda deixa uma ultima opção.
perecer pela chama, fumo, pela queda no vazio,
ou simplesmente deixar-se ir com o betão.

betão esse que cede,
cede e não é um prédio que cai,
é uma ferida que se abre
perante meio mundo que chora.

o outro meio,
regojiza-se de alegria, ou limita-se a fingir chorar,
nem a Morte consegue ser consensual,
raios partam o Ser Humano!

uma nova era que se abre,
nunca mais se voará da mesma maneira.

O que preciso dizer?

um avião, uma torre.
outro avião, outra torre.
um e um? onze.

1 Comments:

Blogger Sierana said...

Que palavras, que força e até mesmo o silêncio das que não se escrevem! Adorei :)

07 novembro, 2009 16:46  

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