domingo, novembro 16, 2008

Matilde

Tão depressa surgiste na minha vida,
como desapareceste, dirigiste-te à saída.
4meses, duas semanas, mil e um sonhos,
passeamos por toda a cidade, rimos juntos,
quantas vezes não te mudei eu a fralda?
como cheirava, e mesmo estando eu de cara trancada,
sabia q lá no fundo não importava nada.
Quantas vezes não te chamei de "coisa",
se calhar para evitar o que ontem sucedeu,
sangue do meu sangue, tudo se desvaneceu.
Porquê? qual era a tua pressa? não tem sentido!
depois de tanto sacrifício, deitaste tudo a perder,
depressa e bem não há quem, nunca ouviste dizer?
Tou danado contigo, o que tínhamos era algo especial,
não pensaste sequer na nossa mãe, não imaginas como ela está,
trouxeste alegria, impuseste a tristeza, foste cruel e má!
mas eu me consigo chatear contigo Matilde,
eu que te dei o nome, nascido de uma brincadeira,
não imaginava que eternamente Matilde ficasses, de maneira
nenhuma pensei em tal, e agora que partiste, deixaste um espaço no meu pensamento,
odeio-te pirralha! pela primeira vez vi a mãe e tal sofrimento,
e tudo por tua causa, porquê tanta pressa?
ainda assim, foi um prazer conhecer-te,
cada momento, cada risada, cada palavra aprendida,
o primeiro sorriso, o despontar da tua vida,
a rosa desabrochava, mas não passou de um pequeno botão,
não me esqueço de ti, vê se te lembras do teu irmão.

beijo